RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
O presidente da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, Toninho de Souza (PSD) deve entregar, na próxima semana, o relatório do processo que pede a cassação do vereador Abílio Júnior (PSC), por quebra de decoro parlamentar. A medida será entregue ao presidente do Legislativo, Misael Galvão (PTB).
À imprensa, o vereador comentou que Abílio fez fábrica de inimigos na Câmara Municipal e apesar do relatório do processo ser técnico, o colega vai enfrentar um julgamento político.
Toninho ainda classificou o pedido de desculpas de Abílio ao vereador Jucá do Guaraná (Avante) como tentativa de reconquistar alguns relacionamentos que perdeu após entender que o julgamento de sua cassação é político.
“Você tem a produção de um relatório, mas o julgamento ele é político. Ele entendeu isso e está tentando conquistar votos, tentando reconquistar alguns relacionamentos que ele tinha perdido. Isso faz parte da estratégia dele em conquistar votos”, disse.
“Nesse momento, ele age com humildade. Se isso interfere em voto ou não, não sabemos, mas ele está dentro do seu trabalho, dentro de sua estratégia de conquistar votos, reconquistar aliados”, complementou.
Relatório
Segundo o Toninho, a demora na apresentação é devido ao volume de documentos e depoimentos prestados durante oitiva. Ele contou que o relatório deu quase 600 páginas e que ainda está sendo elaborado pelo vereador Ricardo Saad (PSDB), relator da Comissão.
“O Abílio fez suas considerações finais questionando vários pontos da condução do processo. Ele [relator] tem que responder item a item dos questionamentos do Abílio. Foi isso que demora, mas eu tenho expectativa que na semana que vem nós concluímos essa parte e entregamos ao presidente”, disse em entrevista ao #reportermt.
O presidente da Comissão explicou que, após o relatório finalizado, o documento é analisado e votado pelos membros da Comissão. O resultado da reunião e o relatório são encaminhados ao presidente, que decide quando será remetido ao plenário para deliberação dos vereadores.
A Comissão de Ética instaurou o processo disciplinar para apurar uma representação feita pelo suplente do Abílio, o ex-vereador Oséas Machado, “em virtude de ter praticado de forma reiterada e conscientemente atos incompatíveis como decoro parlamentar, por abuso de prerrogativas constitucionais asseguradas ao vereador”.
Pedido de desculpas
Na última quinta-feira (12), Abílio usou a tribunal para pedir desculpas a Jucá e sua família por terem sido expostos após a divulgação de denúncia de possível compra de votos que teria ocorrido na casa do parlamentar.
O vereador disse que refletiu sobre o assunto e, apesar de não conseguir reverter o caso, já que foi ele quem acompanhou a denunciante, uma servidora pública do Hospital São Benedito, até a delegacia para protocolar a denúncia. Ele comentou que irá colocar uma “pedra” sobre o assunto mesmo que o Legislativo tome uma medida drástica contra ele.
Toninho avalia que Abílio age errado na política, já que, segundo ele, o político não pode deixar inimigos por onde passa.
“O Abílio é uma fabrica de inimigos, hoje ele é uma fábrica de inimigos. O político ele não pode ter uma atuação assim, certo. O político não pode deixar inimigos por onde passa, né. O Abílio nesse período foi uma fábrica de inimigos”, falou.