RAFAEL MACHADO
KAROLLEN NADESKA
A senadora Selma Arruda (Podemos) acredita que a decisão do Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rejeitou seu recurso e manteve sua cassação na noite de terça-feira (10), foi um recado ao ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro e ao procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, para que não entrem para a política.
Em um áudio compartilhado pelo WhatsApp, a senadora considera o episódio como uma batalha e diz que toda guerra tem baixas.
“Sei que sou o exemplo que eles querem dar para Sérgio Moro e Dallagnol para não ousarem entrar na política. Me disseram isso, inclusive, os dois ministros que vêm da advocacia, falaram que os ministros em geral não têm simpatia pelas pessoas que saem da Justiça e vão para a política. Portanto, a gente sabe que o que aconteceu comigo é um recado para o Moro, né”, argumentou.
Ela ainda destacou que o voto do ministro Edson Fachin, o único do colegiado que votou favorável ao recurso, lavou sua alma.
“A única pessoa que leu este processo foi o Fachin. Graças a Deus não foi nenhum corrupto, graças a Deus foi um ministro decente cujos votos honram todos nós naquele STF [Supremo Tribunal Federal]”, comentou.
A senadora disse que sai de cabeça erguida e com a consciência tranquila de que tentou. Ela ressalta que não irá retornar para política “nem que a vaca tussa” e que, a partir de agora, vai aproveitar sua aposentaria.
Recurso negado
Na terça-feira (10), por seis votos contra um, o Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu rejeitar o recurso da senadora e, com isso, manteve a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) que cassou o mandato dela e de seus suplentes, Gilberto Eglair Possamai e Clerie Fabiana Mendes, pela prática de abuso de poder econômico e caixa 2.
Além disso, os ministros também decidiram pela inelegibilidade de Selma e seu primeiro suplente, Gilberto Possamai, por oito anos, convocação de uma nova eleição e o afastamento dela após a publicação do acórdão.