RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O ex-senador e empresário Cidinho Santos classificou como “desnecessários os mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal no frigorífico União Avícola, em Nova Marilândia (251 km de Cuiabá) e no escritório, em Cuiabá, na manhã desta terça-feira (1°).
A empresa foi alvo da 4ª Fase da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal para cumprir 68 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e outros oito estados.
“Estamos à disposição para contribuir e colaborar com a investigação. Por parte da empresa não tem nenhum pagamento indevido para nenhum fiscal ou vantagem. Então, estou bastante tranquilo. Só lamentamos a exposição. A empresa é grande, tem 1.300 funcionários, tem compromissos e responsabilidade social. Se mandassem uma notificação perguntando seria mais fácil responder”, afirmou o ex-senador.
Carne Fraca
De acordo com a Polícia Federal, esta fase da operação, denominada Romanos, tem como foco principal a apuração de crimes de corrupção passiva praticados por auditores fiscais agropecuários federais em diversos estados, em benefício de grupo empresarial do ramo alimentício, que passou a atuar em colaboração espontânea com as autoridades públicas na investigação.
O grupo empresarial indicou que ao menos 60 auditores fiscais agropecuários teriam sido favorecidos com as vantagens indevidas. Há indicativos de que foram destinados R$ 19 milhões para os pagamentos indevidos. Os valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais.
A prática ilegal teria sido interrompida no ano de 2017, quando o grupo passou por uma reestruturação interna.
O nome da operação faz referência a diversas passagens bíblicas do Livro de Romanos, que tratam de confissão e Justiça.