RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
Se a reforma da Previdência não for aplicada em Mato Grosso, o Estado corre o risco de aumento de impostos e o não pagamento de salário aos servidores públicos. Esse é o entendimento do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), sobre o projeto que está sendo debatido no Conselho da Previdência.
A minuta do projeto foi apresentada pelo governador Mauro Mendes (DEM) aos membros do conselho que pediram vistas para estudar as mudanças que o Executivo pretende alterar nas regras para aposentadoria. O principal ponto da reforma prevê o aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%.
Segundo Botelho, a discussão sobre tema é importante devido ao impacto do rombo pode causar nos cofres públicos. O Estado estima nos próximos 10 anos um déficit, somente com previdência, em torno de R$ 30 bilhões.
“Se nós não fizermos a reforma da Previdência, em um determinado momento nós vamos ter que tomar uma decisão. Nós vamos paralisar as obras; não vamos fazer investimento. Vamos colocar todo o dinheiro para pagar a Previdência ou nós vamos criar um novo Fethab que ninguém vai aceitar pra cobrir esse rombo”, enfatizou.
Ele ainda destacou que caso nenhuma medida seja adotada, no futuro o governo e as prefeituras terão dificuldades para pagar salários e até mesmo os aposentados.
“Eu sou professor de matemática, engenheiro e eu tenho feito todas as estatísticas e não tem como. Se nós não fizermos isso agora, o futuro da Previdência estará ameaçado. Vai chegar um ponto que vai atrasar salário. Vai chegar o ponto que não vai ter dinheiro pra pagar os aposentados. Quem está entrando agora no serviço público vai ficar sem perspectiva, sem esperança nenhuma”, comentou.
Botelho evitou comentar sobre a proposta apresenta pelo governador, mas destacou a necessidade que ela seja encaminhada para discussões e modificações.
“Sobre a proposta, eu acho que tem que encaminhar e depois nós vamos fazer as modificações que entendemos ser necessárias aqui dentro. Então, não vou fazer juízo da PEC dele se é boa ou ruim; tem que mandar e aí nós vamos discutir aqui, talvez algumas modificações, mas eu acredito que tem condições de ser aprovada”, frisou.