23 de Fevereiro de 2021, 12h:53 - A | A

Repórter MT / RETORNO AO TCE

Antônio Joaquim diz que sofreu pena antecipada e injusta, tramada por Taques

O conselheiro falou que está aliviado, mas sente uma revolta por ver "escancarada" ao longo desses mais de 3 anos de afastamento

SILVIA DEVAUX
DA REDAÇÃO



No primeiro pronunciamento de retorno ao Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), na 2ª sessão ordinária desta terça-feira (23), o conselheiro Antônio Joaquim classificou o afastamento uma "pena antecipada" e tudo porque cogitou sair candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2018 contra o então governador Pedro Taques (solidariedade).

Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo, Waldir Teis e Valter Albano foram afastados do TCE em 2017, na operação Malebolge, por determinação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, acusados de receberem R$ 53 milhões do então governador Silval Barbosa (sem partido) para fazer vista grossa as irregularidades das obras da Copa de 2014.

Na delação que fez à Justiça, Silval afirmou que o pagamento da propina aos conselheiros, entre diversos ilícitos investigados que envolveram pelo menos 200 outros agentes públicos e empresários. O conselheiro Antonio Joaquim questionou o por quê de somente ele e seus pares no Tribunal terem sofrido tal "condenação" entre duas centenas de delatadas?

Então, ele recordou que no dia 12 de setembro, data em que protocolou seu processo de aposentadoria do TCE para dar seguimento ao plano de concorrer ao Governo de Mato Grosso, começou "todo um turbilhão" na vida dele. Falou que está aliviado, mas sente uma revolta por ver "escancarada" uma certeza que sempre teve, de "ao longo desses mais de 3 anos de afastamento a de ter sido vítima de uma rancorosa e maldosa trama".

Segundo Antonio Joaquim, de um lado Silval o delatou por vigança à atuação "vigilante e fiscalizadora" que teve no TCE e ter produzido mais de 12 relatórios que apontaram as irregularidades das obras da Copa. Já do outro lado, "pesou a mente raivosa do então governador Pedro Taques".

O conselheiro falou que "em conluio com seu ex colega o procurador-Geral da República Rodrigo Janot, não mediu consequências para livra-se de um possível adversário nas eleições de 2018". Conforme ele, "de forma rasteira e covarde, eles aproveitaram o meu nome nessa delação para perpretra aquilo que o próprio Taques falava em ambientes festivos públicos: que eu jamais seria candidato".

Foi Janot, lembrou ainda, o responsável pela instrução sumária que levou Fux a determinar o afastamentos dos conselheiros e, no caso de dele, os dois afastamentos. "Na condição de procurador, ele atendeu o seu amigo Taques" e pediu os afastamentos dele e dos demais conselheiros.

 

"Esse foi o grande crime que cometi e pelo qual fui injustamente penalizado nesses 3 anos e 5 meses: eu subtimei a mente esperta e maldosa do senhor Pedro Taques. Um erro, que espero não cometer mais nessa vida. Minha única satisfação foi que naquelas eleições, que fui retirado do processo, o povo de Mato Grosso avaliou e lhe conferiu com uma voltação inferior aos votos brancos e nulos. Numa votação que tinha três concorrentes ele ficou em 4º lugar".

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