APARECIDO DO CARMO
DO CONEXÃO PODER
O presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), reagiu à declaração do suplente da ex-vereadora Edna Sampaio (PT), Robinson Cireia (PT), que disse que vai gerir as contas do seu gabinete da mesma forma que a colega cassada. Para Arruda e Sá, se cumprir o que está dizendo, o suplente deve ter o mesmo destino de Edna: a cassação.
“Se ele for fazer a mesma coisa que a vereadora Edna Sampaio estava fazendo, o futuro dele bem provavelmente vai ser a cassação também”, disse Rodrigo em entrevista para a rádio Cultura FM.
“Eu peço para que o Cireia, colega nosso que vai tomar posse lá (na Câmara), que ele preste mais atenção nas falas dele. A Casa tem um regulamento, um regimento. A Casa tem todo um trâmite que é exercido pelo Tribunal de Contas e Ministério Público a ser seguido dentro dessa Casa. E se ele for fazer isso, conforme ele está falando, bem provavelmente o final dele também vai ser uma cassação”, ressaltou.
Edna Sampaio foi denunciada após se tornar público que ela pegava de volta a verba indenizatória (V. I.) da sua ex-chefe de gabinete, Laura Abreu, durante todo o período em que elas trabalharam juntas.
No decorrer do processo contra Edna na Comissão de Edna, a ex-parlamentar disse mais de uma vez que esse era o seu “modelo de gestão”. Na prática, o dinheiro que deveria ficar com a servidora era entregue para a parlamentar, em conta pessoal, para que ela administrasse o valor da maneira que achasse melhor. Edna também admitiu que fez a mesma coisa com todas as outras chefes de gabinete que passaram pelo cargo, quatro no total.
Áudios revelados pela imprensa mostraram que até mesmo o marido de Edna Sampaio, William Sampaio, atuava fazendo cobranças para que Laura Abreu não se esquecesse de realizar as transferências mensalmente.
A cassação da vereadora foi aprovada em plenário por 20 votos a zero, na última quarta-feira (11). A posse do suplente deve ocorrer na terça-feira (17), isso depende, contudo, da publicação da resolução que oficializa a vacância do cargo, o que deve ocorrer na segunda (16).