CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
Apesar de não ter votado nos projetos que promoveram o reajuste de auxílios e verbas indenizatórias da Câmara de Cuiabá, o vereador Tenente-coronel Marcos Paccola (Cidadania) afirmou que não é demagogo e que "abrir mão dos auxílios é imbecilidade". Ele ainda aproveitou as redes sociais para "desenhar" a mudança que ocorreu nos valores.
"Não houve aumento de gastos relacionados a esses pagamentos de verbas e auxílios. Por isso, eu sou favorável nessa situação. Não sou o tipo de pessoa que vai ficar aqui falando o que as pessoas querem ouvir. O meu posicionamento é favorável e vou fazer a melhor gestão possível com esses recursos", disse o vereador.
E acrescentou: "Pode ter certeza: abrir mão dos recursos é uma imbecilidade. Até porque, esse dinheiro não volta para a população, para as finalidades, a não ser que eu utilize para esse fim, porque ele volta para o orçamento da Casa".
A mudança nos valores foi aprovada em uma das sessões noturnas da Câmara de Cuiabá, realizada no dia 22 de dezembro. Além de aprovarem auxílio transporte, alimentação e saúde, os vereadores ainda aprovaram um reajuste de salário, que foi para 18,9 mil. Conforme Paccola, a mudança na remuneração se dá porque o valor não é majorado desde 2013.
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Paccola afirmou que, ao contrário do que algumas pessoas têm colocado, os custos para a Câmara não aumentaram, mas, pelo contrário, até diminuíram em R$ 3 mil por vereador. Ele pontuou que, entretanto, reconhece que a falta de transparência na prestação de contas é um problema.
"Não sou do tipo de pessoa que é demagogo e estaria aqui jogando para a platéia, dizendo que eu votaria contra os auxílios, porque eu sei o quanto isso é importante para a execução da vereança", comentou o vereador.
Desenhou valores
Segundo Paccola, as mudanças registradas para 2022, em comparação com 2021, apontam redução de R$ 3 mil no valor final para uso no mandato. Isso porque, em 2021, o valor final do custo de um vereador era de R$ 25 mil, sendo R$ 18 mil de verba indenizatória e R$ 7 mil de verba de gabinete.
Contudo, depois de diversas batalhas judiciais, um termo de ajustamento de conduta (TAC) foi firmado com o Ministério Público Estadual, determinando o ajuste do valor. Isso porque o Judiciário entendeu que uma VI que supera 60% do salário pago aos vereadores é inconstitucional.
Para se adequar ao TAC, a Câmara decidiu, para 2022, reduzir a VI para R$ 14 mil e acrescentar duas verbas, sendo elas o auxílio-alimentação, na ordem de R$ 1,4 mil, e um auxílio-saúde, na ordem de R$ 1,6 mil. Juntos, todos os benefícios são de R$ 17 mil, mas já estariam adequados ao pedido da Justiça, segundo Paccola.
Já em relação a um auxílio-transporte de R$ 5 mil que foi aprovado, ele apresentou que, antes, a Câmara gastava o mesmo valor com a locação dos veículos para os gabinetes e com os combustíveis.
"Não adianta nada dizer que é contra e depois ir lá receber os recursos e ficar enganando a população. Acho que é muito mais grave esse estelionato eleitoral que alguns acabam fazendo", finalizou o vereador.
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