DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
O governador Mauro Mendes (União) defendeu "cautela" quando questionado sobre envio de recursos públicos para reconstrução do Shopping Popular, em Cuiabá. O complexo, que continha 600 lojas de diversos segmentos, foi completamente destruído em um incêndio no dia 15 deste mês. De acordo com o chefe do Executivo estadual, o local é da iniciativa privada e um possível auxílio precisa ser cuidadosamente analisado.
“É muito triste, lamentável. Mas sair tomando decisões e torrando dinheiro público desnecessariamente. [...] O prédio, quem construiu, quem alugava, não tomou algumas providências que poderiam ser tomadas, já existia determinação de colocar sprinkler ali e não foi atendido, então nós precisamos tratar isso com um pouco mais de cautela”, declarou à imprensa esta semana.
“Durante este período começa a chegar muitas informações, algumas delas preocupantes. Aquilo ali é uma atividade empresarial privada. Alguém alugava aquilo, alguém ganhava dinheiro com aquilo, alguém arrendou aquele estacionamento e ganhava dinheiro com aquilo, então não pode o poder público ir lá agora socorrer quem, no exercício da profissão, ganhava dinheiro", acrescentou governador.
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Construído pelos membros da Associação de Camelôs do Shopping Popular, o prédio não tinha seguro. O motivo, conforme o presidente da associação, Misael Galvão, é que nenhuma instituição aceitou a proposta de cobrir inclusive o estoque das lojas.
No local, funcionam cerca de 600 lojas onde atuavam mais de 3 mil profissionais. O chefe do Executivo estadual pontuou que a inteligência do estado continua apurando as causas do incêndio.
Apesar da cautela no envio de dinheiro para reconstrução do shopping, Mauro explicou que o Desenvolve MT está analisando uma linha de crédito para que os lojistas possam retomar as suas atividades.
"Nós temos que atender a um clamor social, o Desenvolve MT está preparando uma linha [de crédito], já disse isso inicialmente", disse.
A área ocupada pelo Shopping Popular é pública, mas foi cedida por meio de concessão à associação para que pudesse ser explorada comercialmente. Após o incêndio, conversas estão em andamento com representantes de todos os poderes para encontrar uma solução que permita aos camelôs voltarem a trabalhar com, pelo menos, mínimas condições de dignidade e segurança.
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Na semana passada, contudo, o Ministério Público Estadual se manifestou contrário à proposta de que os lojistas sejam instalados provisoriamente no campo de futebol e pista de caminhada do Complexo Dom Aquino. A alegação é que o espaço é público e não pode atender a interesses particulares.
Com a negativa, os comerciantes começaram a armar suas barracas na calçada e uma das faixas da Avenida Carmindo de Campos.