05 de Julho de 2023, 09h:08 - A | A

Poderes / ENTREVISTA À JOVEM PAN

Mauro detona “superganhadores” da Reforma Tributária: “Tem gente bem quietinha, porque vai se beneficiar”

Governador está em "peregrinação" em Brasília, tentando mudar proposta da Reforma

EUZIANY TEODORO
DO CONEXÃO PODER



O governador Mauro Mendes (União), em entrevista à Jovem Pan na noite desta terça-feira (4), cobrou uma atitude coerente de indústrias, grandes importadoras e também de estados que sairão “superganhadores”, caso a Reforma Tributária seja aprovada como está na Câmara Federal.

“Tem gente que está bem quietinho, porque está sendo beneficiada, grandes indústrias, importadores, que vão ser beneficiados com esse modelo proposto. Existe um privilégio muito grande pros importadores. A Vale do Rio Doce, por exemplo, teve lucro de R$ 95 bilhões no ano passado. Essa empresa precisa de redução de impostos na sua cadeia pra ficar mais competitiva? E os impostos que ela vai deixar de pagar? Vai fazer falta na educação, por exemplo, nos municípios onde ela atua”, afirmou o governador, durante a entrevista.

Mauro está em verdadeira peregrinação em Brasília. Nesta terça, se reuniu com o relator da proposta de reforma na Câmara, deputado Agnaldo Ribeiro, governadores e outros deputados federais. Segundo ele, a Reforma Tributária é necessária, mas precisa ser de forma responsável.

 

 “Isso tem que ser feito com maturidade, responsabilidade, olhando os impactos. Temos que fazer? Temos, mas com cuidado para não trazer grandes consequências e privilégios para alguns poucos. Mostramos alguns pontos que podem tirar a competitividade regional. Existe uma diferença muito grande entre as regiões. O Brasil é muito grande. Não pode deixar de reconhecer isso e tratar todo mundo igual.”

 

 Um dos pontos que afeta diretamente a população é o aumento de vários itens da cesta básica e da carne, como o RepórterMT adiantou mais cedo. De acordo com estudo feito pela Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, em alguns itens, o reajuste pode chegar a 12,5%, índice que deve ser colocado de forma igual em todos os estados.

 

 Apesar da pressão para votar o projeto até sexta-feira (7), tudo indica que o projeto será discutido por mais tempo.

“Se não tiver corretos ajustes, não vai passar”, sentenciou Mauro.

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