DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O governador Mauro Mendes (União Brasil) descartou, na manhã desta quarta-feira (04), que o Governo de Mato Grosso possa enviar recursos extras para quitar o rombo de mais de R$ 350 milhões da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, que está sob intervenção estadual.
“A Prefeitura criou o problema e ela tem que resolver o problema. Não é assim: eu crio o problema e vem alguém e resolve pra mim. Isso não existe em lugar nenhum. A culpa é da Prefeitura Municipal, a culpa é do prefeito municipal. Se não seria fácil, né. Alguém vai lá, faz mazela, faz esculhambação, apronta, aí alguém intervém e paga a conta”, ironizou.
A dívida foi encontrada e divulgada nesta quarta, em boletim do Gabinete de Intervenção. De acordo com o interventor Hugo Fellipe Lima, em todas as contas da SMS e da Empresa Cuiabá de Saúde, existe apenas o saldo de R$ 5,6 milhões, que é insuficiente para quitar a dívida e vai ser usado apenas para pagar servidores, que estão com salário de dezembro atrasado.
Mauro Mendes teve uma reunião no final da tarde de terça-feira (03) com o interventor, onde viu o que foi encontrado nesses primeiros cinco dias de intervenção estadual. O governador classificou como “terrível má gestão” e culpou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pelo caos em que se encontra o sistema público de saúde da Capital.
"Ontem no final do dia o interventor me mostrou aquilo que foi divulgado hoje. (...) Existe lá claramente uma má gestão, terrivelmente uma má gestão, algo assim absurdo e que afronta todo os princípios da administração pública. Ali é algo assim estarrecedor. Vamos aguardar, ele (interventor) está fazendo o diagnóstico para entender o tamanho do problema para começar a construir as soluções", declarou.
Questionado se o Governo do Estado poderia enviar algum repasse para quitar a dívida ou ajudar na solução do problema, Mauro descartou e destacou que o Executivo vai continuar apenas com o envio de recursos constitucionais.
“Eu não tenho obrigação de transferir verbas adicionais em função da intervenção. Nós vamos continuar transferindo para a Prefeitura de Cuiabá as verbas constitucionais e legais”, disse.
Além do rombo, a equipe de intervenção apontou a falta de medicamentos de uso contínuo para tratamento de doenças como diabetes, que atinge mais de 139 mil pessoas na cidade.
A intervenção estadual foi determinada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri que atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado que alegou que o sistema de saúde da Capital “colapsou” e está em “calamidade pública”.