EUZIANY TEODORO
CAMILLA ZENI
O deputado estadual Lúdio Cabral, principal nome do PT no cenário político mato-grossense, afirmou que o pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não precisa do apoio do agronegócio de Mato Grosso. Segundo ele, “barões do agro” que buscam aproximação com o PT neste momento são “oportunistas ricos”.
“O agronegócio tem representantes políticos, que de forma oportunista, estão buscando aproximação com a candidatura do Lula, mesmo fazendo parte da base de sustentação do governo Bolsonaro. É uma contradição. Na minha opinião, o PT e o Lula não precisam do agronegócio em Mato Grosso. Não precisa, não tem essa necessidade”, enfatizou.
Lúdio cita fila de pessoas para receber doação de “ossinhos” em açougues e mais de 500 mil pessoas que estariam passando fome no Estado. Segundo ele, esse cenário é culpa do agronegócio.
“O agro detém poder econômico no Estado, que é o responsável pelas contradições que o Estado tem. Se nós temos fila do osso em Mato Grosso, isso se deve a uma política de preços que enriquece os poderosos do agronegócio. Temos 500 mil pessoas passando fome, ao mesmo tempo em que o Estado exporta milhões e milhões de toneladas de soja, em dólar, para enriquecer alguns poucos”, afirma.
Representantes de vários partidos, que representam o agronegócio, se reuniram com Lula em São Paulo, nessa terça-feira. Lúdio diz que não foi para “não ter o desconforto de dividir a mesma mesa” com eles.
“Eu não queria vivenciar o desconforto de estar ao lado de representantes políticos do agronegócio na mesma mesa. Não podemos cometer esse erro”, afirmou o petista.
Para o deputado, Lula tem muitos votos em Mato Grosso, independente dos empresários, pois diante das distorções do governo de Jair Bolsonaro (PL), a população “reconhece o legado do governo petista”.
“As pesquisas apontam que ele vence as eleições no primeiro turno e que a maioria da população reconhece o legado do governo que ele realizou. (...) O agronegócio não tem voto, o agronegócio tem dinheiro e nós não precisamos de dinheiro para as eleições”, concluiu.