APARECIDO DO CARMO
RAFAEL COSTA
A deputada Janaina Riva (MDB) criticou a cassação do deputado federal pelo Paraná, Deltan Dallagnol (Podemos). Para a presidente interina da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, a decisão é uma vingança do atual Governo Federal pela atuação do parlamentar na extinta força-tarefa da Lava Jato, que culminou com a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A impressão que nós temos é que existem governos hoje que trabalham com vingança. A gente viu isso acontecer na gestão do Bolsonaro e a gente está vendo o mesmo acontecer na gestão do Lula. Talvez porque para ele seja interessante essa polarização e esse radicalismo. Mas, na minha opinião, isso para o país vem fazendo muito mal”, comentou a deputada.
“Ninguém aguenta mais esse radicalismo, tanto de direita que estava acontecendo, não atoa o presidente (Jair Bolsonaro) acabou perdendo a eleição, apesar de ter ganho aqui no Estado, e a mesma coisa a gente vê o Lula agora tomando as mesmas iniciativas”, completou.
Para a deputada, a definição sobre a candidatura de Dallagnol deveria ter sido tomada no período eleitoral. Nessa terça-feira (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que Dallagnol deixou o cargo de Procurador da República para evitar eventuais punições pela sua atuação na Lava Jato.
“Não tenho conhecimento técnico para falar a respeito, mas eu acho que um eventual indeferimento de candidatura, como é o caso, ele deve ser dar no período das eleições. O problema é que quando você elege, você não só elegeu, você elegeu muito bem o candidato, que representa determinado estado e aí depois isso acaba sendo anulado”, diz a deputada, se referindo ao fato de Dallagnol ter sido o deputado federal mais votado do Paraná.
“Isso tumultua o processo democrático, pode ter certeza. Vai inflamando ainda mais os ânimos, o que pro PT é interessante e o que para extrema direita também é interessante”, acrescentou.
Por 7 votos a 0, o TSE cassou o mandato de Deltan Dallagnol na noite dessa terça-feira. Na prática, ele perde o mandato e os votos vão para o partido, cujo suplente assume a cadeira pelo estado do Paraná. Ainda cabe recurso junto ao Supremo Tribunal Federal.