11 de Outubro de 2023, 09h:29 - A | A

Poderes / MEDICAMENTOS VENCIDOS

Interventora: Falta de controle da Prefeitura de Cuiabá gerou prejuízo de R$ 8 milhões

Conforme interventora, com a proximidade do fim da intervenção, servidores tem sido pressionados pela gestão municipal a boicotarem Gabinete de Intervenção.

APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER



A interventora do Governo do Estado na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, Danielle Carmona, disse que os medicamentos vencidos descartados nessa segunda-feira (09) custaram aos cofres públicos o equivalente a R$ 8 milhões. Esses remédios foram comprados pela gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), no período anterior à intervenção. Conforme a gestora, não havia controle nem mesmo da data da validade desses medicamentos.

São 6,7 milhões de itens de medicamentos e insumos (descartados), uma quantidade muito grande. Tem mais de um milhão e meio de comprimidos de paracetamol, entre outros medicamentos de uso controlado, equivalendo ao total de R$ 8 milhões”, disse a interventora.

Mesmo tendo sido criada uma CPI no ano de 2021, no decorrer desse tempo não foi realizado o inventário, não foi feita uma gestão atuante na assistência farmacêutica. Tanto que quando nós assumimos o sistema, ele estava com controle totalmente furado, mais de 85% de desorganização dos itens. Então, com isso gera medicamentos que vencem e a falta de controle da gestão para poder planejar qual é a necessidade, o que que preciso comprar, para quem que eu vou distribuir e qual é o controle que vou fazer em cima desse detalhamento, desses dados que o sistema dá”, acrescentou.

O descarte foi feito após o Gabinete de Intervenção entregar um relatório ao Ministério Público do Estado (MPMT). 

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São medicamentos que venceram, não têm utilização mais para consumo. Tem parte de medicamentos que eles são decorrentes da CPI de medicamentos, que foi realizado em 2021, e outros medicamentos que venceram e que não foram realizados os descartes”, disse a interventora.

Conforme Danielle Carmona, com a proximidade do fim do prazo da intervenção decretada pela Justiça, os servidores têm sido ameaçados pela administração municipal para boicotarem os serviços, inclusive com recusa de atendimento de pacientes que procuram as unidades de saúde do município.

Os servidores já estão sendo ameaçados com o fim da intervenção pela gestão que vai retomar, que vão ser remanejados para locais distantes e isso tem afetado muito, porque os servidores ficam com medo, eles começam a se afastar, não querem muito aparecer. Isso acaba prejudicando um pouco o nosso trabalho”, disse.

Conforme decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a intervenção na saúde de Cuiabá será finalizada no dia 31 de dezembro, quando os serviços voltam a ser administrados pelo prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB). 

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