CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil), o produtor rural de Mato Grosso, Antônio Galvan, criticou as sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia, como resposta à guerra contra a Ucrânia.
Para Galvan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada, sobretudo, pelos Estados Unidos, são os vilões.
"Os verdadeiros criminosos são os países da Otan", disse ao jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles. "O resto do mundo vai padecer com isso. É uma palhaçada de quem está trancando", acrescentou.
A fala de Galvan diz respeito aos possíveis impactos que as sanções à Rússia podem gerar para o agronegócio. Atualmente, o país europeu é responsável pela maior parte das importações de fertilizantes feitos pelo Brasil.
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Segundo Galvan, em curto prazo não há risco de prejuízos para o setor, porque o solo ainda tem nitrogênio suficiente para mais uma safra, e os produtores ainda têm estoque de fertilizantes.
Entretanto, Galvan defendeu que os insumos que são diretamente ligados à produção de alimentos não deveriam ser alvo de boicotes.
O presidente da Aprosoja de Mato Grosso, Fernando Cadore, também já tinha manifestado preocupação quanto aos possíveis impactos da guerra europeia na produção agrícola. Além das importações de fertilizantes, Cadore ponderou que diversos insumos devem sofrer aumento de preço, considerando o aumento do preço do petróleo e a oferta e procura desses insumos.
Como consequência, o custo da produção agrícola poderia se elevar e provocar, assim, uma reação em cadeia, ocasionando aumento de preço também para os consumidores finais.
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