APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
Num eventual retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o agro tenderia a apoiar o novo governo por uma questão pragmatismo. Quem disse isso foi o senador reeleito por Mato Grosso, Wellington Fagundes (PL). Na visão do parlamentar, mesmo apoiando a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL), os produtores rurais vão priorizar o seu negócio independente de quem esteja na Presidência da República.
“Os agricultores vão pular no colo de Lula depois da eleição. Eles são muito pragmáticos”, disse Fagundes em entrevista para a agência de notícias Reuters, conforme publicou a Folha de S. Paulo netsa segunda-feora (10).
Mato Grosso é o maior produtor de grãos do Brasil e o candidato Jair Bolsonaro é o favorito dos produtores rurais. Mesmo com um esforço da campanha de Lula para atrair apoiadores utilizando a influência de lideranças do setor como o senador Carlos Fávaro (PSD) e o ex-deputado federal Neri Geller (Progressistas), o cenário não foi revertido.
Ao contrário do que mostravam as pesquisas, os dois candidatos mais votados para o Senado, por exemplo, foram aqueles ligados à agenda bolsonarista, Wellington Fagundes e Antonio Galvan (PTB). Neri Geller, apoiado por Lula, e cuja candidatura foi rejeitada pelo TSE, ficou em terceiro lugar.
Na entrevista com a Reuters, Fagundes ainda disse acreditar que em caso de derrota, Jair Bolsonaro não vai contestar o resultado da eleição. “Ele ataca o sistema eleitoral porque é um provocador”, disse.
O resultado o primeiro turno da eleição presidencial, na visão de Wellington Fagundes, mostrou a força do atual chefe do Executivo Federal. O senador mato-grossense ainda defendeu que Bolsonaro é o mais sintonizado com o sentimento da população neste momento.
“Só depende dele para ganhar”, resumiu.
O segundo turno da eleição presidencial está marcado para o próximo dia 30 de outubro. Os dois candidatos que disputam a presidência vêm anunciando apoios recebidos de lideranças regionais desde o primeiro momento depois dos resultados do primeiro turno. Enquanto Lula tenta usar contra Bolsonaro suas declarações polêmicas e comportamento agressivo especialmente durante os quatro anos de mandato, o presidente da República conta com o antipetismo ainda muito forte na população em decorrência das ações da Operação Lava Jato.