APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
Para a vereadora Michelly Alencar (União), a gestão da saúde pública na Capital se tornou uma “fábrica de dinheiro” em razão da atuação do que ela chamou de “organização criminosa” dentro da Secretaria Municipal de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira (09), após a prisão do ex-secretário de saúde Célio Rodrigues pela Polícia Civil.
“Era uma fábrica de dinheiro. Vocês sabiam como acontecia? As notas (fiscais) vinham, aí o dinheiro era pago e nada era entregue. Milhões de comprimidos não foram entregues e o dinheiro foi pago. Então, era como se a Prefeitura de Cuiabá, dentro dessa conexão com a Empresa Cuiabana de Saúde Pública, estivesse fabricando dinheiro”, relatou.
Para a vereadora, a administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) se tornou uma “fábrica” de escândalos e de operações policiais.
Michelly recordou que os desvios de dinheiro da saúde pública afetam diretamente a população mais pobre, que utiliza os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e se vê sem médicos, remédios e estrutura mínima para os atendimentos.
“Nós tivemos acesso ao relatório e ficou bem claro que de fato nós temos ali uma organização criminosa que atua diretamente retirando da saúde, retirando da saúde recursos que são fundamentais. Então hoje quando a gente vai nas unidades de saúde e não tem médico, não tem pediatra, não tem médicos, não tem exame, não tem nada. Onde está o motivo? O motivo está que não tem o dinheiro. E onde foi parar o dinheiro?”, questionou.
A Operação Hypnos, desencadeada hoje pela PJC, apura desvios de R$ 1 milhão na Saúde de Cuiabá, em plena pandemia da covid-19, através da compra de medicamentos que nunca teriam sido entregues à Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).
Constrangidos, os vereadores da base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), evitaram atender os jornalistas que estavam na Câmara durante a sessão parlamentar realizada na manhã desta quinta.
Michelly Alencar lembrou que 2024 é ano de eleições municipais e disse que os vereadores que não ficarem “ao lado do povo” neste momento, quando se constata um quadro de “corrupção escancarada”, receberão uma resposta dos eleitores.
“Eu acredito que se os vereadores da base, hoje, não colocarem a mão na consciência e escolherem de fato o lado que eles querem estar, então realmente eles devem estar esperando que as urnas deem um recado”, concluiu a vereadora.