EUZIANY TEODORO
DO CONEXÃO PODER
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), respondeu às denúncias das quais tem sido alvo por parte do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), expôs a baixa produtividade de parte desses profissionais e cobrou explicações.
Nas últimas semanas, o Sindimed tem feito inúmeras denúncias junto aos órgãos de controle, como falta de médicos nas unidades de saúde básica de Cuiabá, plantões desfalcados, condições precárias das unidades e, mais recentemente, por não expor lista de espera de pacientes da Central de Regulação.
Emanuel decidiu bater de frente com o presidente do Sindimed, Aldeildo Lucena, e disse que teve acesso a seu relatório de produtividade quando ainda atuava na profissão, já que agora é apenas sindicalista. “Até a ficha de produção do presidente do Sindimed, quando atuava como médico, eu peguei, mas eu não vou expor o senhor, não tá. É feio, mas não vou expor”, disse o prefeito, em sua live semanal nesta terça-feira (3).
O gestor ainda expôs dois casos, na UPA Morada do Ouro e na UPA Pascoal Ramos, onde dois médicos – que não citou os nomes – ficaram longe de cumprir a meta de atender 38 pacientes em um plantão de 12 horas, como preveem os contratos.
“Uma médica, no dia 1º de abril, tinha que atender, obrigatoriamente, 38 pacientes. Sabe quantos atendeu? Um. Não vou dizer o nome da médica, não vou expor ninguém aqui. No dia 2 de abril, um médico tinha que atender os 38 pacientes, atendeu seis. Coincidentemente, alguns desses médicos, são poucos, mas são ligados ao Sindicato. Estamos levantando ainda, mas eu vou trazer isso ao público, porque estou mexendo no vespeiro”, afirmou.
Emanuel cobrou que as metas sejam cumpridas, pois no final do mês, o salário é pago de forma integral.
“Saúde pública não é bico. Médico que tem muitos vínculos e não tem tempo para atender, deixa a UPA, a Policlínica, em segundo plano e vai atender consultório particular, hospital privado. Nós pagamos relativamente bem a maioria dos médicos rala, trabalha, então não podemos deixar que uma minoria macule uma profissão. Eu estou botando o dedo na ferida, porque tem que trabalhar, tem que cumprir a meta de 38 pacientes, se não eu vou ter que cortar o seu salário, proporcionalmente àquilo que você atender. Sua meta é 38, seu compromisso é 38, cheio de gente lá fora formando fila, aí depois vem o Sindimed me atacar?”, questionou.
O prefeito ainda fez cobranças à sua própria equipe, tendo em vista que coordenadores de UPAs e policlínicas são indicados pela gestão e devem se reportar à Secretaria de Saúde.
“Cadê o coordenador da UPA, que é a minha pessoa de confiança? Coordenador da UPA, eu que indico. Coordenador de Policlínica, eu que indico. Você tinha que fazer o relatório e apresentar para a secretária-adjunta de atenção secundária. E aí? Eu vou cobrar dos médicos, exigir cumprimento das metas de atendimento, por que a população não pode sofrer, não pode padecer, mas vou cobrar também da minha equipe”, disse.