DAFFINY DELGADO
DA REDAÇÃO
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), indicou que pode processar o ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Corrêa por declarações contra ele que embasaram o pedido de afastamento do gestor. O emedebista ficou 37 dias fora do cargo e afirma que foi injustiçado ao ser acusado de ser responsável por contratações e pagamentos irregulares do prêmio saúde, que seriam para o beneficiar politicamente.
Emanuel argumentou que contratações e pagamentos de prêmio saúde sempre foram atribuições do secretário e não do prefeito. Para ele, Huark foi “mau-caráter” ao acusá-lo e agiu com intuito de se defender, tendo em vista que também foi um dos alvos da "Operação Sangria", deflagrada em 2018.
“O secretário Huark, eu vi nele um gesto, primeiro, de desespero e segundo de falta de caráter porque ele mentiu (...) Eu entendo que ele fez uma prática de afogado, ele estava desesperado e para poder salvar a pele dele, não sei que tipo de proposta fizeram para ele, fizeram uma colaboração na esfera Civil e que levaram a Criminal para tentar me atingir. É claro que ele vai ter que responder por isso, vai sofrer as consequências dessa mentira inescrupulosa e maldosa”, completou prefeito.
Emanuel é acusado tanto na esfera Cível como na Criminal, de criar um "cabide de empregos" na Secretaria Municipal de Saúde para acomodar indicação de aliados para obter, manter ou pagar por apoio político.
O prefeito afirma que o Ministério Público se equivocou e induziu o Judiciário ao erro.
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Afastado em 19 de outubro por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, ele retornou ao cargo no último dia 26 de novembro.
“As provas são tão frágeis e inconsistentes que estamos discutindo no processo e provando a inconsistência em cada uma delas. O que vocês viram aqui é um pingo no oceano de inconsistência e ilações. De uma forma que até me admira, sendo uma instituição séria como o MPE”, destacou Emanuel.
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Márcia contra contratação de Huark
Durante a coletiva de imprensa, Emanuel Pinheiro ainda revelou que a primeira-dama Márcia Pinheiro sempre se posicionou contra a nomeação de Elizeth Araújo e Huark Douglas a secretários de Saúde.
"Se dependesse da Márcia, Elizeth não seria secretária. Quantas vezes o Huark passou a manhã inteira na minha casa esperando para falar com a Márcia e ela não recebeu? Ela foi contra a nomeação dele. Ela não atendia nenhum dos dois”.
Operação Sangria
A ação deflagrada pela Polícia Civil teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa que montou um esquema para monopolizar a saúde em Mato Grosso. Após a prisão, que aconteceu em dezembro de 2018, o prefeito Emanuel Pinheiro decretou sua exoneração.
Na época, além de Huark foram presos ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Fábio Liberali Weissheimer, médico e sócio da Pró-Clin, Adriano Luiz Sousa, empresário e advogado, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Celita Liberali, Luciano Correa Ribeiro, médico e sócio da Pró-Clin, e Fábio Alex Taques e secretário adjunto de Gestão de Saúde Cuiabá, Flávio Taques.
A operação apurou irregularidades em licitações e contratos firmados com as empresas Proclin, Qualycare e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o Governo Estadual.