DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O deputado estadual Júlio Campos (União) não usou meias palavras para se referir à proposta vencedora do leilão para exploração comercial do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Em dezembro de 2022, a empresa Parques Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura venceu o leilão pela concessão do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães com o compromisso de investir R$ 18 milhões nos trinta anos de concessão. Para o parlamentar, trata-se de uma proposta “indecente” e “uma vergonha”. A declaração foi feita em conversa com jornalistas.
“Uma proposta até certo ponto indecente de que ao receber a concessão do Parque da Chapada dos Guimarães ele vai demorar em 30 anos investindo R$ 18 milhões. O que dá R$ 600 mil por ano. É uma vergonha”, disse.
A insatisfação do deputado é maior porque o governador do estado, Mauro Mendes (União), já manifestou mais de uma vez a intenção de o Governo do Estado assumir a concessão do parque e fazer investimentos da ordem de R$ 200 milhões.
“O Governo do Estado está robustamente com o caixa cheio, tem condição de fazer um investimento em quatro anos de R$ 200 milhões para fazer o parque de Chapada dos Guimarães o maior parque ecológico e turístico de Mato Grosso”, defendeu.
Questionado sobre as reais chances de o Governo Federal anular o leilão e entregar a concessão para o Governo do Estado, o deputado disse que o maior obstáculo no momento é a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).
“Vai depender também da boa vontade da ministra Marina Silva, que não recebeu com muito agrado essa possibilidade de o Governo Estadual assumir, mas o presidente Lula que é um presidente muito mais afável politicamente negociará”, disse.
Júlio Campos cobrou a atuação de todas as autoridades estaduais em prol da entrega do Parque de Chapada dos Guimarães para a MT Par, empresa controlada pelo Governo do Estado e que também está em negociações para assumir a BR-163.
“Com certeza, com a pressão da bancada federal, o pedido do governo do Estado e o apoio da Assembleia poderá realmente entender que essa proposta que foi feita por essa empresa privada no governo passado é indecente para os assuntos de Mato Grosso”, concluiu.