EUZIANY TEODORO
CAMILLA ZENI
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) pode ter que notificar o Ministério da Saúde para que diminua o fluxo de envio das vacinas contra a covid-19, porque os estoques do Estado e municípios estão lotados, com pelo menos 1 milhão de doses ainda não aplicadas.
Esta é mais uma consequência do negacionismo, de acordo com o secretário Gilberto Figueiredo. Segundo ele, as pessoas não estão voltando para completar o esquema vacinal e, por causa disso, os estoques nunca chegam ao fim.
“Existe vacina suficiente, mas existe cada dia mais um negacionismo fazendo pressão para afastar as pessoas dos postos de vacinação e os secretários municipais, os prefeitos, se desdobram pra montar estratégias que facilitem a ampliação da cobertura vacinal”, afirmou o secretário, em entrevista nesta quarta-feira (16).
Segundo ele, os dados estão sendo levantados junto aos municípios e ao Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) para chegar ao número exato de doses estocadas, que deve estar entre 1 milhão e 1,5 milhão.
“Se não houver uma aceleração, uma evolução, se isso não acontecer, nós vamos ter que, efetivamente, notificar o Ministério da Saúde para diminuir o fluxo de vacinas para o estado de Mato Grosso”.
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A maior preocupação é com a vacina Pfizer, que deve ser armazenada a -80ºC, e nem todos os municípios têm capacidade para guarda-las por muito tempo a esta temperatura.
“Temos uma capacidade limitada. E se não tivermos mais como armazenar, tem vacinas que não é qualquer município que tem capacidade técnica de armazenamento. A estratégia de vacinação cabe aos municípios. Tenho certeza que os gestores municipais estão fazendo tudo que é possível. Fazendo busca ativa, visitando cada lar para convencer as pessoas”, explicou.
Ainda assim, o secretário explica que não há risco de perder doses das vacinas devido à data de validade, pois já existe uma estratégia para evitar que isso aconteça.
“Não há risco. Nós não vamos perder vacinas. Se nós sentimos que a validade está muito próxima de vencer, nós fazemos a logística reversa, que é voltar para o Ministério ou transferir para outro estado. Isso não vai acontecer. Salvo por negligência ou descuido de algum município, mas na nossa central aqui em Cuiabá, não tem chance de vencer vacina nenhuma”, garantiu.
