EUZIANY TEODORO
LEANDRO MAIA
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União Brasil), rechaçou as situações frequentes de violência que tem visto entre apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que polarizam o cenário político nacional.
“Quem se ferra é você, Bolsonaro e Lula estão bem tranquilos em Brasília”, disse o deputado, às pessoas que partem para agressões devido à polarização.
O tema vem à tona, após crime em Foz do Iguaçu (PR), no sábado (9), quando o guarda municipal Marcelo Arruda foi morto em seu aniversário de 50 anos, cujo tema era o PT e o ex-presidente Lula, em suposta violência política. Ele foi morto a tiros pelo agente penal federal Jorge Guaranho, apoiador de Bolsonaro. O caso ainda está sendo investigado e a real motivação ainda não foi esclarecida.
“Entendam que isso não leva a nada, só você que vai ser prejudicado, você que fica agredindo os outros e parte pra isso, que vai ser prejudicado. Bolsonaro está lá em Brasília, tranquilamente. Quando você cair, ele vai dizer: ‘olha, eu não quero apoio dessas pessoas’. E você que vai se ferrar. Então, toma cuidado com isso”, afirmou Botelho, em entrevista nesta terça-feira (12).
Botelho revelou que tem presenciado essas agressões constantemente em Mato Grosso. Em grupos de mensagens de celular, chega a arquivar as conversas, quando presencia a violência por causa de política.
“Temos que repudiar essas atitudes agressivas. Elas, às vezes, não são só físicas, mas também verbais, e isso eu tenho visto constantemente. Eu tenho grupo que participo, inclusive já coloquei no arquivo pra eu não ver mais, quando tem essas agressões de um pra outro, eu já saio, já arquivo pra eu nem ver mais, porque realmente são atitudes que não podemos aceitar”.
Segundo ele, a democracia permite o livre pensamento e opinião. E é preciso respeitar. “Temos que entender que cada um tem a sua livre escolha. É isso que é a democracia. Nós não estamos numa ditadura, não estamos em uma monarquia. Estamos numa democracia e ela tem que respeitar a vontade popular de cada um”, disse.
“Temos que continuar repudiando para não chegar num confronto, numa violência, porque a violência só leva desgraça para essas pessoas. Por exemplo lá (em Foz), duas famílias prejudicadas, dois prejudicados, e o que isso vai alterar pra Bolsonaro ou pra Lula? Nada. Altera pra eles, pra família deles, que vão perder pessoas, que vão ter pessoas presas, mas para os dois candidatos: nada. Estão lá na vida boa e tranquilos”, conclui Botelho.