DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), propôs o “rompimento das cancelas” nas praças de pedágio da BR-163, caso o Governo do Estado não consiga concluir o acordo com o Banco Pine e assumir a concessão da via.
“Rompe a cancela, alguma coisa tem que ser feita. O que não pode é ficar do jeito que está”, afirmou, em entrevista na manhã desta quarta-feira (01).
A Concessionária Rota do Oeste possui a concessão da rodovia federal há mais de 10 anos. Por descumprimento de contrato, que previa a duplicação da rodovia em Mato Grosso - o que nunca aconteceu -, a empresa foi notificada e vai acabou devolvendo a concessão ao Governo Federal.
No entanto, até que outra licitação seja realizada, a CRO segue cobrando pedágio na região e a duplicação continua apenas no papel.
O Governo de Mato Grosso, na intenção de solucionar o problema, tenta assumir a concessão por meio do MTPar. Mas o Banco Pine resiste em aceitar a proposta de renegociação de dívida da concessionária.
Para Botelho, agora é aguardar que a situação se resolva, mas caso não haja acordo, propôs que a população se mobilize e deixe de pagar os pedágios.
"Primeiro nós estamos esperando que se resolva, estamos ansiosos. Quando vai passar para o Estado fazer as obras que já têm recurso previamente definido pra isso? Agora, se não resolver, eu acho que a população tem que dar um basta", disse.
"Chega, chega! Não dá mais para nós continuar pagando e eles não fazem nada. Só tem gente passando o rodo lá e pegando dinheiro. Eu acho que o povo tem que começar também a ter vergonha, não dá pra continuar sendo explorado aí o tempo todo. Eu proponho que parem de pagar. Se não achar uma solução, pare de ser feito o pagamento. Não dá pra você ficar pagando algo 10 anos, 15 anos e nada ser feito", acrescentou.
Governo ameaça desistir de duplicação
No mês passado, o governador Mauro Mendes (União Brasil) ameaçou desistir de assumir a concessão por conta da resistência do Banco Pine. Segundo ele, a única coisa que está “emperrando” o início das obras é a renegociação da dívida com esse banco, que se recusa a dar um desconto de 50%.
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“Ainda estamos dependurados num único problema, que é um banco chamado Pine, que está emperrando a finalização das renegociações. Só isso, o resto está tudo resolvido”, declarou.
“É uma questão do desconto que há uma imposição por parte desse projeto, que os bancos credores na CRO tenham que dar 50% de desconto nas dívidas, só que eles não querem aceitar”, acrescentou.
Mauro deu um prazo até junho para que o banco dê um posicionamento sobre o assunto, caso não haja acordo, será "game over".
"Não vai até junho, não. Isso já passou de todos os limites, meu prazo é esse mês. Se não, Game Over. Se não der certo, explode tudo. Não vamos pagar mais, já chegamos num limite", finalizou.