Após anunciar o recuo da disputa ao Senado, a médica Natasha Slhessarenko (PSB) confirmou que vai pedir votos para o governador Mauro Mendes (União Brasil), candidato majoritário escolhido pelo PSB para compor aliança, e para a chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), visto que o vice pertence à sigla.
Ao ser questionada, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (8), como se posicionaria para o Senado, Natasha foi enfática ao dizer que nenhum dos candidatos colocados a representa. Diante disso, não fará campanha para Wellington Fagundes (PL) nem a Neri Geller (PP), em nome de quem seu projeto foi boicotado. Natasha, porém, vai pedir votos para Mauro Mendes (UB).
“Para senador, não voto em nenhum, porque nenhum deles me representa”, disparou.
“Eu não sou mais candidata e isso me dói muito. Minha maior tristeza é dia 2 de outubro o eleitor ter que escolher entre os que estão aí. Queria estar lá para disputar, para ser um nome diferente, uma opção para a população”, completou.
Natasha explicou que não declarou apoio à chapa Lula/Alckmin antes, porque estava "sentindo o comportamento" da federação em Mato Grosso. “Eu precisava sentir um pouco daqui. Nunca consegui ter aproximação com a federação, apesar de ter tentado, ter conversado com várias pessoas do PT, do PV, na tentativa de estar próxima da federação, dentro da lógica de estar mais alinhada à nacional, mas isso nunca foi possível. É tão duro você enquanto candidata abraçar sem ser abraçada. Por que eu iria assumir se eu não seria a candidata dele?”, argumentou.
A médica afirmou que esperava ter sido a escolhida para ser a majoritária da federação em Mato Grosso, levando em consideração a lógica, uma vez que nacionalmente o PSB caminha com a federação. “Só que dentro da política a lógica não é uma premissa”, asseverou.
Apesar de ter musculatura para disputar uma vaga proporcional, seja ela para a Assembleia Legislativa ou Câmara Federal, Natasha ponderou que seria desleal com todos os pré-candidatos e pré-candidatas com quem esteve no decorrer da pré-campanha. Por isso, decidiu não disputar qualquer cargo nas eleições deste ano.
O presidente estadual do PSB, deputado Max Russi, acentuou que a candidatura de Natasha fortaleceria o partido, mas entende o posicionamento da médica.
“É da minha essência. Eu tinha combinado com todas as pessoas na pré-campanha. Eu entrei na casa delas, falei com familiares, amigos. Seria desleal e antiético. Para mim não é demérito algum, daqui a dois anos posso sair vereadora, mas a questão é o compromisso. Tenho valores arraigados. Eu fui dentro da casa das pessoas, me apresentei. De repente vou retroceder e concorrer com aquela pessoa que estava ali”, explicou.
Já para disputar a federal, Natasha teria que retirar a sua mãe da chapa, a ex-senadora Serys Slhessarenko, possibilidade fora de cogitação, uma vez que Serys atendeu a uma convocação do partido.