RAFAEL COSTA
DO CONEXÃO PODER
A aprovação do decreto do governador Mauro Mendes (União), que autoriza a intervenção do Estado na saúde de Cuiabá, foi alvo de intensos debates pela Câmara Municipal de Cuiabá em sessão ordinária nesta quinta-feira (16). O decreto foi aprovado pela Assembleia Legislativa, na quarta-feira (15).
Parlamentares aliados do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) levantaram dúvidas a respeito da eficiência dos serviços de saúde, que agora serão administrados pela equipe interventora.
"A intervenção começou errado. Está faltando remédio e medicamento na ponta e o primeiro ato foi exonerar 48 pessoas, incluindo coordenadores e gerentes de unidades de saúde. Não é demitindo o funcionalismo que vai melhorar a saúde pública. A intervenção foi motivada por falta de médicos, insumos e remédios e o primeiro ato não foi atender essa demanda urgente", declarou o vereador Adevair Cabral (PTB).
O vereador Paulo Henrique (PV) declarou que vê "caráter político" na intervenção e que o discurso dos opositores de crise na saúde pública não existia quando a Prefeitura de Cuiabá estava inaugurando UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e reformando unidades de saúde.
"Me assusta esse discurso. Será que Cuiabá é o único município de Mato Grosso que está enfrentando crise na saúde pública? Historicamente, todos sabem que a demanda do interior recai na Capital. Porque a intervenção não começou as ações pela ponta? Foram exoneradas 48 pessoas e como vai ficar a gestão das unidades de saúde? Quero ver o discurso depois da intervenção? Quero ver o resultado da intervenção na saúde. Não defendo nada de errado. Se roubou tem que pagar", disse.
O vereador Dilemário Alencar (Podemos), tido como um dos principais opositores ao prefeito Emanuel Pinheiro, declarou que a Câmara Municipal de Cuiabá tem que adotar as medidas necessárias para que sejam garantidos recursos financeiros à equipe interventora nomeada pelo governo do Estado.
"Quem permanece com a chave dos cofres nas mãos é o prefeito. Farei um encaminhamento solicitando que seja reservada a quantia de R$ 120 milhões, conforme previsto no orçamento aprovado pelos vereadores, para que as ações emergenciais possam ser concretizadas."
Outro oposicionista, o vereador Dr. Fernando (Republicanos), declarou que a saúde de Cuiabá foi "empurrada para o caos" diante de uma corrupção desenfreada na gestão de Emanuel Pinheiro, o que, em sua avaliação, levou à paralisia de ações numa área considerada essencial à administração pública.
"A gestão do prefeito Emanuel Pinheiro levou a saúde para o caos e numa situação totalmente desumana. Foram sete ações policiais e a intervenção se tornou necessária. É uma alternativa para que as políticas públicas sejam melhoradas no setor. Me arrependo amargamento do período que fiquei na base do prefeito. O prefeito tem que parar de ser cara de pau e reconhecer o quanto errou na saúde. É triste ver a quantidade de puxa saco que dá até nojo. Emanuel tem que ser afastado dessa prefeitura. A corrupção mata tanto quanto a Covid-19 e o crime organizado", pontuou.
Assista a íntegra da sessão de hoje