DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
Em análise ao RepórterMT, o jornalista e analista político Onofre Ribeiro aponta que o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter tido menos inserções de propaganda eleitoral veiculadas, conforme foi reconhecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), abre o precedente para possível anulação das eleições à Presidência da República, caso Bolsonaro seja derrotado.
A suposta fraude na veiculação das inserções foi denunciada pela equipe de campanha do presidente, por meio do Ministério das Comunicações. Logo após a denúncia, o TSE exonerou um servidor que seria responsável por inserir no sistema as peças publicitárias de campanha eleitoral.
Para Onofre, o Brasil está diante de uma crise institucional, política e sujeita a um terceiro turno nas eleições presidenciais.
“Se Bolsonaro perder no segundo turno, a eleição irá para um terceiro turno, porque esse fato justifica um pedido de anulação na Justiça. Se o Tribunal Superior Eleitoral não anular a campanha, vai para o Supremo Tribunal Federal e se eles não anularem, está criada uma imensa crise institucional e o governo do Lula irá nascer sob a chancela de um governo sem legitimidade”, explicou.
“Se Bolsonaro perder no segundo turno, a eleição irá para um terceiro turno, porque esse fato justifica um pedido de anulação na Justiça.
O analista ainda destacou que, por mais que as inserções que não foram ao ar pudessem não definir as eleições, foi um erro muito grave para as eleições democráticas.
“Não que todas essas inserções que não foram ao ar, talvez não definissem a eleição, mas elas foram um erro muito grave dentro do processo de comunicação da campanha”, disse.
“A campanha, sim, é democrática, porque é uma eleição democrática. Então nós estamos vendo o início de uma enorme crise institucional, política e sujeita a um terceiro turno”, completou.
Denúncia e exoneração
Segundo a denúncia, 1.283 horas de conteúdo do candidato deixaram de ser exibidas no país, por não terem sido inseridas no sistema do TSE, para que as emissoras de rádio e TV baixassem e veiculassem.
Pouco tempo após a denúncia da suposta irregularidade, o TSE exonerou o servidor responsável por receber arquivos com as peças publicitárias das campanhas eleitorais. Entretanto, não ficou claro se o mesmo estaria envolvido com o fato denunciado.
CPI na Câmara
Na manhã desta quarta-feira, o deputado federal José Medeiros (PL) protocolou na Câmara dos Deputados um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes no TSE.
Para o parlamentar, "isso é fraude com letra maiúscula".